Quanto mais estudo sobre a mente, mais fica claro, para mim, o quão distorcida é a visão que temos de nós mesmos.
A humildade é a capacidade que uma pessoa tem de perceber a si mesma e levar em conta a necessidade e o bem-estar das pessoas com quem interage, ao invés de focar em si.
Os humildes têm melhor percepção sobre suas forças e fraquezas, são mais modestos ao falar de si mesmos, mais abertos a novas visões sobre as coisas e respeitosos ao interagir com os outros.
Temos a tendência de preferir nos aproximar e iniciar relacionamentos com quem percebemos ser mais humilde. Isso porque a humildade funciona como um sinalizador de alguém acessível, flexível e confiável. Essa ideia parte da crença de que pessoas humildes reconhecem seus erros e assim são mais verdadeiras, o que nos conforta, pois, essa pessoa, no nosso imaginário, tem menor chance de focar em si mesma durante um relacionamento.
A humildade é muito útil durante os conflitos. Por exemplo, se você magoar ou ofender um amigo, a sua humildade te predispõe a realizar ações reparativas, como pedir desculpas. Assim como perdoar quem tenha lhe ofendido.
Se você for uma pessoa mais humilde, será também mais aberta a aceitar novos pontos de vista sobre as coisas, o que pode acelerar muito o seu desenvolvimento e evitar desagrados com opiniões erradas que você possa ter.
Pessoas mais humildes tendem a ter maior prazer com a vida, ter mais saúde mental e física.
Um ponto muito positivo em relação a essa característica, é que ela pode servir como um escudo, suavizando o impacto negativo do estresse no seu bem-estar geral.
Mas precisamos ficar atentos: apesar de a humildade ter pontos maravilhosamente positivos, ela tem também pontos negativos. Caso você não esteja seguro de suas capacidades, a humildade, ao lhe mostrar seus pontos fracos, pode acabar lhe deixando inseguro, envergonhado ou excessivamente tímido em situações adversas. Então, nem sempre que alguém é visto como humilde, significa que isso é algo benéfico para pessoa, já que a sua aparente modéstia pode esconder uma tendência a se autodepreciar ou a ser excessivamente submisso aos outros.
Na verdade, os humildes não costumam apresentar esse tipo de comportamento em relação a sua autoestima, porém quando olhamos só para o comportamento humilde pode ser difícil distinguir o que é humildade e o que é autodepreciação.
Alguns tentam passar uma boa impressão ao se declararem humildes, por mais estranho que isso possa soar. Quando uma pessoa destaca uma qualidade sua mas disfarça na forma de uma reclamação, fica claro o objetivo de autopromoção. Essa não é uma boa estratégia para destacar seus pontos fortes, e gera exatamente o oposto do que foi desejado.
Talvez você não goste de admitir seus erros, isso ocorre porque você acredita que será visto como menos competente. Mas o que acontece é o contrário: pessoas que admitem os seus erros tendem a serem vistas como mais amigáveis e humildes, e portanto, geram maior interesse de interação.
Sabe o que realmente passa uma impressão negativa? As pessoas perceberem que você errou, que não é capaz de admitir que está errado e você ainda tentar defender o seu erro com todas as suas forças, ao invés de só aceitar e declarar que estava errado.
Por mais bonito que seja a teoria da humildade, não é fácil se comportar dessa forma. Muitas vezes você irá se sentir humilhado ao admitir um erro ou aceitar que uma atitude ou ideia sua está equivocada. Isso porque precisamos manter uma visão positiva de nós mesmo, o que é mais difícil se aceitarmos uma fiscalização contínua sobre nós mesmos.
A notícia boa é que a humildade é como uma musculatura. Quanto mais você treiná-la, maior e mais forte ela ficará. Assim sendo, na próxima vez que receber uma crítica ou estiver envolvido em um conflito, tente fazer-se um questionamento: Será que me equivoquei e nem percebi? – É nesse momento que é importante lembrar que ninguém te engana tão bem quanto você mesmo.
Não tenha medo da humildade, não tenha medo do erro. Tenha medo, sim, da falta de movimento e mudança dentro de você. Nada pode ser pior do que ser a mesma pessoa durante toda sua vida!
Diogo Monticeli Rocha
Sócio Gerente de Expansão
Russell Bedford Brasil