Precisamos tomar uma decisão de qual modelo de arrecadação seguir, a pergunta acima é a primeira e uma das mais importantes a ser realizada!
Entender qual a operação do meu cliente, e em qual elo da cadeia produtiva ele esta nos ajuda a avaliar corretamente os impactos dos 2 modelos possíveis, o que será gerado de créditos do IBS/CBS, se nossos produtos e serviços irão geral algum benefício tributário aos nossos clientes e não menos importante: qual será o modelo de maior eficiência tributária.
Vamos lá:
Tipos de Operação
90% das empresas estão dentro de 4 categorias de operação, e entender isso é primordial à nossa análise.
- Fabricação/Manufatura: Empresas do Simples Nacional que produzem ou beneficiam algum produto. Usualmente, compram insumos e matéria prima de outras empresas.
- Distribuição: Empresas que compram produtos acabados e revendem às empresas usualmente varejistas. Não há beneficiamento, apenas distribuição e repasse.
- Varejo / Venda ao Consumidor: Empresas que fazem a venda de produtos para o consumidor final, o fim da cadeia.
- Serviços: Empresas que sua entrega final não é um bem durável/consumo. E sim um serviço prestado
O tipo de operação impacta diretamente na decisão dos modelos.
Ex: Empresas que realizam a fabricação/manufatura terão mais sucesso no modelo “Por Fora” de arrecadação, já que conseguem gerar créditos do IBS/CBS.
Empresas de Varejo não necessariamente terão eficiência no modelo “Por Fora”, pois por ter margens maiores serão altamente impactos pela alíquota final maior.
Importante ficar atento também se os produtos relacionados não possuem isenções/reduções.
Ex: Com a isenção dos tributos sobre a carne (cesta básica) um açougue provavelmente será mais eficiente no modelo “por fora”.
Faço uma ressalva importante às empresas de Serviços:
Podemos ter empresas de serviços ao consumidor final (Manicure, Limpeza de Veículos, etc.) onde praticamente não existe consumo de insumos para gerar crédito de IBS/CSB, e assim o modelo “Por Dentro” será mais eficiente.
Ao mesmo tempo, empresas de tecnologia (Provedor de Internet, SaaS, etc.) possuem muitos fornecedores que poderão gerar créditos. E ao mesmo tempo, se estivem no modelo “Por Fora”, também irão gerar créditos aos seus clientes. Se tornando mais competitivas.
Elo da Cadeia
Não muito distante de entender o tipo de operação, avaliar o Elo de Atuação na cadeia produtiva é o segundo fator importante aqui para entendimento do melhor modelo de arrecadação no Simples Nacional.
Se a empresa esta no inicio da cadeia (Manufatura, Prestador de Serviço B2B, etc.) provavelmente terá muitos fornecedores e insumos que gerem créditos de IBS/CBS. Deixando um modelo “Por Fora” como uma boa alternativa.
Se a empresa esta no final da cadeia (Varejista, Prestador de Serviço B2C, etc.) apesar de ter fornecedores e crédito de IBS/CBS, a margem apurada usualmente é maior, e assim precisará repassar uma alíquota maior na precificação, ficando ineficiente. Podendo aqui o modelo “Por Dentro” ser uma melhor alternativa.
O que eu preciso fazer agora?
- Avaliar qual a operação do seu cliente
- Avaliar em qual elo da cadeia ele esta
- Listar quem são os fornecedores e seus respectivos modelos de arrecadação (para entender a geração de créditos)
- Listar quem são os clientes
- Avaliar a geração de Créditos/Débitos de IBS/CBS e se os produtos possuem alguma isenção/redução de tributação.
Assim você terá uma visão clara da “foto” para avaliar qual modelo, “Por Dentro” ou “Por Fora” é melhor.
Por Marcos Ribeiro – sócio da Russell Bedford Brasil